25 de abril de 2024

Nova Ubiratã

Agronegócio

ALERTA NO CAMPO - Crise e seca histórica acendem o sinal amarelo no agronegócio

Novo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin

Foto por: Marcus Mesquita/MidiaNews

A falta de chuvas e a crise político-econômica que o Brasil vivencia, desde o início de 2015, atingiram em cheio o setor que mais contribui para o desenvolvimento de Mato Grosso: o agronegócio.

 

De acordo com um estudo preliminar do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a quebra da safra de soja vai tirar cerca de R$ 1 bilhão de recursos do Estado em 2016. 

 

Nesta entrevista exclusiva ao MidiaNews, o novo presidente da  Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Endrigo Dalcin, revelou ainda um outro agravante: a safra 2015/2016 é a mais cara da história do Estado.

 

“A política agrícola da presidente Dilma Rousseff está deixando a desejar. Foram cometidos vários erros no mandato anterior que culminaram agora. Houve atraso nas liberações de pré-custeio e falta de seguro nas operações”, lamentou. 

 

A política agrícola da presidente Dilma Rousseff está deixando a desejar. Foram cometidos vários erros no mandado anterior que culminaram agora... Houve atraso nas liberações de pré-custeio e falta de seguro nas operações

“Além disso, a seca prejudicou muito a produção. Em  40 anos, eu nunca vi um El Niño dessa proporção. Foi fora do normal. Por conta de tudo isso, já sabíamos que estávamos entrando em uma safra que seria a mais cara da história de Mato Grosso”, disse

 

Na entrevista, o agricultor também fala a respeito do apoio do Governo ao setor, da valorização do dólar, de investimento em logística e do futuro da China, principal parceiro comercial de Mato Grosso. 

 

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

 

MidiaNews - Um estudo preliminar do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que a quebra da safra vai tirar cerca de R$ 1 bilhão de recursos do Estado. O senhor acha que esse valor é real ou teme algo acima disto?

 

Endrigo Dalcin – Esse número do Imea é coerente. A produção vem baixando. A Aprosoja avalia que esse número deve reduzir ainda  mais. 

 

Para entendermos isso, precisos voltar lá atrás. Nós tivemos, no ano passado,  um atraso nas liberações de pré-custeio, quando o produtor vai ao banco e faz a compra antecipada de produtos como insumos e defensivos. Esse recurso só saiu no segundo semestre. 

 

Nós tínhamos uma condição de câmbio no primeiro semestre de R$ 3,3.  E no segundo semestre de R$ 4. Então o produtor que não conseguiu comprar os seus insumos - porque nossos insumos basicamente são cotados em dólar -, esse produtor teve um aumento de custo de produção já na largada. 

 

Tínhamos ainda uma previsão de um problema climático, chamado El Niño, que seria forte aqui para o Centro-Oeste. Mas a gente sempre acreditou na estabilidade do clima. Mato Grosso sempre foi historicamente bem visto por ter uma estabilidade no clima. Porém com o El Niño essa estabilidade foi quebrada. Houve um atraso, primeiro, no início das chuvas.

 

Esse atraso fez com que algumas regiões não conseguissem semear a soja tão cedo como sempre semeava, a partir do dia 15 de setembro.  Além do atraso, houve a irregularidade [das chuvas] depois. Havia lugares onde chovia e lugares onde não chovia. 

Por conta de tudo isso, já sabíamos que estávamos entrando em uma safra que seria a mais cara da história de Mato Grosso. 

 

MidiaNews  –  O senhor disse que a safra 2015-2016 é a mais cara da história em Mato Grosso. Mais cara percentualmente em quanto? 

 

Endrigo Dalcin – Não temos esse número exato. Mas o Imea fez esse levantamento que apontou que estamos com a safra mais cara da história de Mato Grosso. Tivemos um alto índice de replantio.

 

MidiaNews – Qual foi a porcentagem de replantio?

 

Endrigo Dalcin – Em tono de 4,5%. 

 

MidiaNews - Quais são os relatos que o senhor tem recebido de produtores do interior em relação à falta de chuvas?

 

Endrigo Dalcin – Cada um tem uma história diferente de investimento. Houve produtor que investiu em produção, tecnologia de máquina de última geração, agricultura de precisão, qualidade de solo, adubação, sementes, tudo isso é muito caro. Todos estavam acreditando que o negócio não ia ser tão ruim como foi.

 

Marcus Mesquita/MidiaNews

Endrigo Dalcin - Aprosoja

Endrigo teme que prejuízo do setor seja maior que o esperado

MidiaNews - O problema se concentra mais em que região?

 

Endrigo Dalcin – As regiões Norte e Leste foram as mais prejudicadas. O oeste também sofreu com a falta de chuva. Somente a região Sul que está mais tranquila, porque está em uma transição com uma região onde tem chuvas. 

 

MidiaNews  – O segmento está em alerta em função disso. O sinal está amarelo?

 

Endrigo Dalcin – Com certeza, nós estamos desde o ano passado com isso. É uma safra de alerta. Nós estamos orientando os produtores a não fazer investimento antes de saber o quanto vai colher. Nos próximos dias a gente já vai ter um panorama das colheitas no Estado inteiro. Porque como teve um atraso na plantação, está havendo esse atraso na colheita. 

 

MidiaNews – Recentemente, o senador Blairo Maggi disse que, em 35 anos de Mato Grosso, jamais tinha visto uma seca como esta. O senhor também tem essa mesma impressão?

 

Endrigo Dalcin – Em mais de 40 anos, eu nunca vi um El Niño dessa proporção.  Foi fora do normal. Nós da Aprosoja e o governo do Estado, como outras instituições, nos reunimos em dezembro e montamos um grupo de trabalho para analisar como está essa situação da safra. Porque existem municípios querendo decretar estado de emergência. Como é o caso Sorriso, Nova Mutum e Gaúcha do Norte. 

 

MidiaNews – Qual o efeito prático dos municípios decretar estado de emergência?

 

Endrigo Dalcin – O efeito prático é mostrar que existe uma perda generalizada que vai afetar a economia do município. Prejuízo nas entregas de contratos de soja, compromissos que foram assumidos pelos produtores. 

 

MidiaNews – Em um cenário tão atípico como esse, o que a Aprosoja pode projetar para a próxima safra? Quebra de produtores? 

 

Endrigo Dalcin – Nós não queremos que isso aconteça. Mas sabemos que existem situações em que o produtor terá sua renda comprometida. Por isso, reforçamos a falta de um seguro rural para esse setor. Porque é uma atividade de alto risco, a gente sabe disso, é uma fábrica a céu aberto, diferente de uma fábrica de geladeira, por exemplo, que quando não tem venda, você fecha. Agora, depois que planta a lavoura, não tem como sair dela.

 

MidiaNews – E o seguro rural?

 

Endrigo Dalcin – Em 2015, a gente não teve. O governo federal não ofereceu seguro nas operações. Anteriormente o governo participava com uma parte da subvenção. 

 

MidiaNews – Anteriormente, esse recurso existia ?

 

Endrigo Dalcin – Sim, em 2014 teve, mas ainda está muito tímida esta questão de contratação de seguro.  A promessa é que agora, em 2016, isso melhore. O Ministério da Agricultura sinalizou positivamente para isso. Mas a gente sempre fica com um pé atrás. 

 

MidiaNews  –  O que o Governo do Estado está fazendo ou pode fazer para minimizar a quebra da safra de soja? Inclusive, considerando que o vice-governador, Carlos Fávaro, é do segmento. 

 

Endrigo Dalcin – O Governo mostrou-se preocupado, já que também vai ser afetado na arrecadação. Solicitamos uma mudança no calendário para que o plantio fosse estendido e o Estado atendeu esse pedido. Além disso, como já havia dito, montamos um grupo de estudo para avaliarmos as situações ponto a ponto, município a município. O Governo colocou a Defesa Civil à disposição para ir aos municípios que tiverem esse estado de emergência decretado para ver a perda in loco. 

 

Nós estamos orientando os produtores a não fazerem investimento antes de saberem o quanto vai colher

MidiaNews – O senhor fala de problemas para o Estado na redução de arrecadação, impostos, taxas, tributos. Há uma estimativa em relação a isso?

 

Endrigo Dalcin – O indireto nós não fizemos. O Imea fez essa conta direta, de R$ 1 bilhão. Não fez o indireto. Além de soja, nós tivemos problemas na segunda safra de milho, porque perdemos a janela ideal do plantio. Se não chover nos meses de março e abril, fica difícil ter produtividade de milho no campo. Vamos precisar contar com o clima. O El Niño está configurando para uma mudança para a La Niña.  A La Niña trará chuvas acima da média e isso pode ajudar na formatação da segunda safra de milho. 

 

MidiaNews -  Como o senhor vê a política agrícola do Governo do Estado?

 

Endrigo Dalcin – Na verdade, o Governo do Estado tem pouca influência na política agrícola. O Executivo Estadual mais apoia o setor produtivo com políticas de incentivo, não tem muita influência.  Nossa política agrícola que importa mesmo é do Ministério da Agricultura, do Governo Federal. 

 

Nós precisamos do apoio do Governo Federal para abaixar o custo de produção. Além de rever a questão do crédito. O produtor hoje paga taxas muito altas, isso tem impactado. 

 

MidiaNews – A crise econômica afetou muito o crédito?

 

Endrigo Dalcin – Sim. O país entrou o ano de 2015 com uma crise muito forte. E o primeiro a ser cortado foi o crédito oficial. Então nós não tivemos o pré-custeio, e posteriormente, tivemos a elevação dos juros em 2.2% ao ano. Era 6,6% foi para 8,75%. Tivemos uma limitação de recurso por produtor. O produtor poderia pegar o limite. Por exemplo, se tem R$ 2 milhões de limite, só conseguiu pegar R$ 1,2 milhão. Foi o teto máximo estabelecido. Nos anos anteriores, conseguia pegar os R$ 2 milhões com taxas controladas. 

 

É um erro muito grande. Essa safra também é uma safra que tem muito recurso do produtor, muito recurso próprio. Se esse recurso não voltar, o produtor vai precisar de mais crédito. 

 

MidiaNews – A política agrícola da presidente Dilma Rousseff está a contento ou deixando a desejar?

 

Endrigo Dalcin – Está deixando a desejar. Foram cometidos vários erros no mandado anterior que culminaram agora. A falta de crédito é um desses erros.  Nós tivemos uma falsa ilusão no ano da eleição e em 2015, quando veio a realidade, ela foi amarga para todos. 

 

MidiaNews – O senhor está assumindo agora a presidência da Aprosoja, mas já tinha participação na entidade. Pretende levar uma pauta ao Governo Federal cobrando uma política agrícola mais adequada? A bancada mato-grossense tem dado respaldo ao setor?

 

Endrigo Dalcin – Mato Grosso, assim como outros estados, tem procurado, via Aprosoja Brasil, conversar com o Ministério da Agricultura, com o Ministério da Fazenda, para que se melhore esse plano agrícola e agropecuário.  A gente sabe a importância que é o agronegócio no país hoje. E para valorizar os produtores, é preciso  melhorar a política agrícola.  Nós não temos uma política a longo prazo. A política é anual, e isso ao nosso modo de ver é

O país entrou o ano de 2015 com uma crise muito forte. E o primeiro a ser cortado foi o crédito oficial. Então nós não tivemos o pré-custeio, e posteriormente tivemos a elevação dos juros em 2.2% ao ano

errado. Precisamos ter uma política ao longo prazo. 

 

A bancada federal tem nos ajudado bastante, mas mesmo assim é muito difícil convencer a equipe econômica do governo diante dessa crise que o país está passando. 

 

MidiaNews  - Mas o Governo não pode acabar com a galinha de ovos de ouro porque o peso da agropecuária na balança comercial é muito grande.

 

Endrigo Dalcin – Com certeza. É o que tem segurado a economia, e não só no governo Dilma, mas também no governo Lula e nos outros governos. 

 

MidiaNews –  A valorização dólar, que está sendo vendido a R$ 4, de certa forma não compensa a queda na produtividade decorrente da chuva?

 

Endrigo Dalcin – Por um lado o dólar nos auxilia na formação do preço da soja e do milho. Do outro lado, nos penaliza com aumento de custo de produção. Nós precisamos que o dólar se mantenha pelo menos a R$ 4, que foi o preço em que os produtores encontraram quando fizeram as compras dos insumos.  Se cair para R$ 3, vai quebrar todos os produtores. 

 

MidiaNews – Então, para o segmento não é uma boa o dólar cair?

 

Endrigo Dalcin – Não, nem pode. Se fosse ao contrário, se os produtores tivessem comprado com dólar a R$ 3 e estivesse a R$ 4 hoje, geraria receita.

 

MidiaNews – O dólar alto mais ajuda do que atrapalha nesse momento?

 

Endrigo Dalcin – Com certeza. 

 

 

MidiaNews - O program

Marcus Mesquita/MidiaNews

Endrigo Dalcin - Aprosoja

Presidente da Aprosoja avalia primeiro ano do Governo Pedro Taques como positivo

a de asfaltamento feito do Governo do Estado, o Pró-Estrada, tem atendido às expectativas do setor produtivo?

 

Endrigo Dalcin – Melhorou muito. As obras retornaram ao interior. Além disso, foram feitas várias adequações nos contratos, pois existiam muitas coisas errados nos contratos de licitações das estradas. Agora, tem um comprometimento maior com o dinheiro público. Acreditamos que nos próximos anos essas obras devem avançar. Sabemos que Mato Grosso tem muita deficiência logística ainda e muita coisa para melhorar. 

 

MidiaNews – O fato de ter um produtor como vice-governador do Estado ajudou a iniciar essas obras?  

 

Endrigo Dalcin – Melhora a interlocução. Porque, na verdade, não são só os produtores que utilizam as estradas. Toda a sociedade utiliza. A estrada em Mato Grosso é para todos. 

Hoje, infelizmente, nós temos uma deficiência na malha rodoviária muito grande. Os outros governos nunca investiram na velocidade que precisava ter sido investido. Se há 10 anos tivesse investido, hoje estaríamos numa situação bem melhor. 

Mas com esse novo governo com certeza vamos avançar bastante. 

 

MidiaNews – O senhor avalia positivamente esse primeiro ano do Governo Pedro Taques?

 

Endrigo Dalcin – Sim. Acredito que o Governo fará um excelente trabalho. Em todos os lugares que estamos indo os projetos estão aparecendo e isso nos dá confiança e anima o setor. 

 

MidiaNews – O que já mudou para o setor com o governador Pedro Taques?

 

Endrigo Dalcin – As obras que começaram a andar no interior do Estado. Havia muitas obras paradas e mal feitas. O Governo também tem conversado com o setor para ver qual é a intervenção prioritária, onde precisa ligação entre municípios, onde tem uma estrada estratégia. Isso não existia, nós não tínhamos conversa com o governo. 

 

MidiaNews - O setor do agronegócio é constantemente criticado pelas desonerações da Lei Kandir, que isenta as commoditties do pagamento do ICMS. O senhor acha justo não recolher ICMS num país em que carga a tributária é sufocante?

 

Endrigo Dalcin – Eu falo que se não fosse essa desoneração Mato Grosso não estaria onde está hoje. Foi um divisor de águas. Se não fosse a Lei Kandir, Lucas do Rio Verde não existiria, Sorriso não existiria. E isso indiretamente hoje movimenta toda a economia de Mato Grosso. 

 

Precisamos dessa desoneração. Sem ela Mato Grosso fica 700 km mais distante dos portos [em termos de custo de produção]. 

 

Porque nós não temos ferrovia, não temos estrada boa, nosso modal é todo invertido. Nossa base de transporte é toda em cima de caminhão. E isso está totalmente errado, em nenhum lugar do mundo se faz isso. Parece que falar em outro modal no Estado é crime. 

 

MidiaNews – Existem  projetos de ferrovia aqui para Mato Grosso, como a Bioceânica. A Aprosoja  está acompanhando esses estudos?

 

Endrigo Dalcin – Estamos acompanhando. A empresa chinesa que está fazendo o estudo da viabilidade técnica e econômica da ferrovia Bioceânica. Deve entregar o projeto agora em março. A partir daí, os governos chinês, brasileiro e peruano vão discutir a construção do modal, que vai cortar Mato Grosso no meio. 

Outras empresas também estão finalizando os estudos sobre outras ferrovias no Estado: a Sinop-Miritituba (PA) e Confresa- Barcarena (PA).  Pois agora a nossa logística está virando para o arco norte. Tivemos um aumento de 2014 para 2015 de 60% da saída de produtos pelos portos do arco norte. 

Também já estão sendo finalizados os estudos para o transporte hidroviário em Mato Grosso. O primeiro do Rio das Mortes-Araguaia-Tocantins;  o segundo

Se não fosse a Lei Kandir, Lucas do Rio Verde não existiria, Sorriso não existiria. E, indiretamente, hoje movimenta toda a economia de Mato Grosso

Teles Pires-Tapajós e terceiro Paraguai-Paraná. 

 

MidiaNews – Esses projetos são obras para quantos anos?

 

Endrigo Dalcin – As hidrovias são muito mais rápidas. Elas estão praticamente prontas. Nossos rios são grandes, largos, com pouca necessidade de fazer infraestrutura. Então as hidrovias seriam muito mais rápidas de acontecerem.

Já as ferrovias são um pouco mais lentas e o custo financeiro é muito maior. 

 

MidiaNews – No caso das hidrovias, o Governo do Estado pode ajudar. Há esse comprometimento? 

 

Endrigo Dalcin – Está na pauta do Governo. Cobramos isso do governador. Ele esteve lá em Nova Xavantina, onde vai ser o ponto inicial da [hidrovia] Rio das Mortes. Em 1994 nós carregamos soja lá e levamos até o Pará. Esse projeto nunca mais andou por conta da questão ambiental. ONGs não permitiram o estudo. A gente não sabe qual é o verdadeiro interesses delas. 

 

Mas hoje as hidrovias são extremamente viáveis. Nos Estados Unidos, se trabalha muito com hidrovia, na China também.

 

Não há porque proibir. Fica aí caminhão matando gente nas estradas. Quantos litros de óleo diesel um caminhão gasta por dia? Mais de mil, sendo que um barco também queima mil, mas carrega 20, 30 caminhões. É isso que a gente quer passar para a sociedade. A Aprosoja está tentando melhorar a nossa qualidade das nossas vidas.

 

Porque quando vem a logística, não vem só para o produtor, vem para todo mundo. Quando vem um novo modal, tira caminhão da estrada e melhora a condição dos motoristas em andar, barateia os produtos que chegam aqui para o consumidor. É um jogo de ganha-ganha. 

 

MidiaNews – A quebra da bolsa na China não está preocupando o segmento? Afinal, é o maior mercado da soja mato-grossense. 

 

Endrigo Dalcin – Não nos preocupa. Em outubro conversamos com vários compradores de soja da China e eles mostraram que o país tem uma tendência de consumo irreversível. Porque eles estão passando por um processo de migração da população rural para urbana. A estimativa é de que 300 milhões de pessoas deixem o campo e passem a moras nas cidades. Essa população vai trabalhar nas fábricas e vai receber muito bem para isso, portanto, vai consumir mais.  

Fonte: THAIZA ASSUNÇÃO DA REDAÇÃO - Midia News

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