Mato Grosso
Caroline Fernandes rejeita laudo psiquiátrico que indica inimputabilidade e pede que o acusado responda pelo feminicídio
A biomédica Caroline Fernandes, filha de Gleici Keli Geraldo de Souza, 42 anos, assassinada com 16 facadas em junho deste ano em Lucas do Rio Verde, usou as redes sociais neste domingo (16) para contestar o laudo psiquiátrico que aponta a inimputabilidade do acusado, o engenheiro agrônomo Daniel Bennemann Frasson. Ele é ex-padrasto dela e pai da criança de 7 anos que também foi esfaqueada durante o ataque. A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) concluiu que o réu apresentava quadro depressivo com capacidade reduzida de compreender seus atos, o que pode levá-lo a tratamento psiquiátrico em vez de julgamento pelo Tribunal do Júri.
Caroline, que assumiu a guarda da irmã, afirma confiar na Justiça, mas rejeita a conclusão da perícia. Em suas mensagens, ela defendeu que o acusado tinha plena consciência do que fazia. “O mínimo que minha mãe merece é que o assassino pague pelo que fez. O mínimo que minha irmã merece é estar segura. Que não viremos só mais um número em uma estatística. Isso não acabou.” Ela relatou ainda que a menina ficou 22 dias na UTI e hoje enfrenta sequelas físicas e psicológicas, como medo de dormir, necessidade de medicação controlada e dificuldades em atividades básicas.
A jovem também descreveu como teve a própria vida desestruturada após o crime. “Perdi 10 kg, perdi emprego, perdi casa. Perdi tudo ao mesmo tempo em que ganhei uma ‘filha’ de 7 anos, um cachorro e todas as responsabilidades.” Para Caroline, o laudo é incompatível com o comportamento do acusado antes do assassinato. Ela afirma que Frasson trabalhava, dirigia, bebia, organizava planilhas financeiras e mantinha rotina normal. “Como alguém que estudou, teve carteira assinada, dirigia e tirou passaporte pode ser considerado mentalmente insano?”, questionou.
O crime ocorreu na madrugada de 24 de junho, quando Gleici dormia ao lado da filha. Ela foi atacada com golpes de faca e morreu no local. A criança, ao tentar intervir, também foi esfaqueada. Após o ataque, Frasson tentou tirar a própria vida, mas foi socorrido, hospitalizado e posteriormente preso. Ele segue em prisão preventiva desde a alta médica.
Com o laudo de sanidade concluído, o processo sai da suspensão e avança para a fase de instrução. O juiz decidirá se o engenheiro será levado a julgamento popular ou submetido a medida de segurança, com internação psiquiátrica compulsória. O Ministério Público deve se manifestar nas próximas etapas. Caroline, porém, afirma que continuará acompanhando o caso até o fim. “Eu ainda não perdi a fé. Não perdi a esperança na Justiça.”
Fonte: PORTAL SORRISO
Escrito por: Redação
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